Gordofobia: respeito se aprende na infância

Livro infantil aborda bullying e preconceito, atitudes que devem ser combatidas em casa e na escola.

“E se fosse você?”. Esta pergunta, título do livro da escritora Anete Lacerda, é perfeita para nos fazer refletir sobre o ataque preconceituoso que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez contra a dançarina Thais Carla. O parlamentar disparou, em suas redes sociais, comentários gordofóbicos contra a jovem, que aparecia num vídeo fantasiada de Globeleza.

Ele zombou a caracterização: “Tiraram a beleza e ficou só o Globo”. Alguns internautas reagiram chamando-o, entre outras coisas, de “patético” e “tóxico”.

A atitude do deputado é vergonhosa e deve ser combatida. No livro “E se fosse você?”, o tema é tratado por meio da história de Lili, uma criança de 6 anos, alegre e que adora brincar com os irmãos menores. No entanto, seu comportamento muda quando eles passam a frequentar uma nova escola e a menina começa a sofrer bullying por ser negra e gordinha. Percebendo a tristeza e a mudança no comportamento da filha, Marina vai até a escola e, ao lado de professores, passa a realizar projetos e reuniões de conscientização com os pais e alunos sobre a gravidade do racismo e da gordofobia.

A autora Anete Lacerda conta que Lili tem muito de sua experiência pessoal, já que nunca foi considerada uma pessoa-padrão.

“Qualquer pessoa fora do padrão tem de se reinventar todos os dias para mostrar que é capaz e que pode estar no mercado de trabalho em pé de igualdade com os profissionais qualificados. No meu caso, apesar da obesidade, em alguns momentos me sentia invisível diante da discriminação que doía na alma. É uma questão cultural. Por isso é importante abordar esses temas com as crianças”, opina.

Anete diz que a escola precisa ser parceira da família e acolher as crianças que passam por essa situação.

“Precisamos discutir o bullying e as marcas que ele pode deixar na vida das pessoas. As crianças são a nossa esperança porque são mais receptivas a um novo olhar exatamente porque são desprovidas de preconceito. A partir delas, sempre haverá esperança”, finaliza.

Por: Redação.

Fonte: Alex Ferraz.

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