Morre o carnavalesco Mário Borriello, autor do enredo “Peguei um Ita no Norte”

Filho de italianos da Região de Coral, na Itália, a família chegou ao Brasil indo residir no interior de São Paulo. Na adolescência Mário e a família mudou-se para o bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Santo Inácio. Cursou Belas Artes no IBA e Desenho Industrial na Universidade da Holanda, onde morou por alguns anos.

A partir do ano de 1964, recebeu diversos prêmios por suas criações em desfile de fantasias nas categorias “Originalidade Feminina” e “Originalidade Masculina” nos principais bailes de luxo das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, destacando-se “Os Havaianos” e “Os Anjos de Palha”.

Como cenógrafo-auxiliar integrou a equipe de diversas novelas da Rede Globo, entre as quais “Pai Herói”, de Janete Clair; “Marrom Glacê”, de Cassiano Gabus Mendes e “Chega Mais”, de Carlos Eduardo Novaes, além de participar da cenografia do programa infantil “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, baseado na obra de Monteiro Lobato. Também participou das cenografias do musicais infantis, da mesma emissora, tais como “Pirlim-pim-pim I”, “Pluct Plact Zum” e “Pirlim-pim-pim II”.

Apresentou o espetáculo “From Rio, with love and samba” no “Festival de Arte Internacional de Pequim”.

Nos anos de 1992 e 1993 atuou como carnavalesco da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, criando os respectivos enredos: “O Negro que Virou Ouro nas Terras do Salgueiro”; “Peguei um Ita no Norte”, em homenagem a Dorival Caymmi, enredo campeão com o qual ganhou o prêmio “Estandarte de Ouro” na categoria de “Melhor Enredo”.

Em 1995, como carnavalesco da escola de samba Estácio de Sá, desenvolveu o enredo “Uma Vez Flamengo”, em homenagem ao centenário do clube carioca.

Nos anos de 1997 e 1998 voltou a trabalhar como carnavalesco do Salgueiro, para o qual criou os enredos “De Poeta, Carnavalesco e Louco, Todo Mundo Tem Um Pouco”, classificando a escola em sétimo lugar no desfile do Grupo Especial, e “Parintins, A Ilha do Boi-Bumbá: Garantido X Caprichoso, Caprichoso X Garantido”, respectivamente.

Em 1999, trabalhou na escola de samba Império Serrano, tendo ficado em décimo terceiro lugar, no Grupo Especial, com o enredo “Uma rua chamada Brasil”, com samba-enredo composto por Arlindo Cruz, Carlos Senna, Maurição e Elmo Caetano, e puxado na avenida por Jorginho do Império.

No ano 2000, atuou junto à escola de samba União da Ilha, com o enredo “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores – O impulso criativo das artes em resposta à opressão do Regime Militar instalado com a Revolução de 64”, inspirado na composição “Caminhando”, de Geraldo Vandré, e “Folias de Caxias – De João a João…É o carnaval da União!”, no ano de 2002.

Em 2003, na escola de samba Porto da Pedra, desenvolveu o enredo “Os donos da rua, um jeitinho brasileiro de ser”, pelo qual recebeu o prêmio “Tamborim de Ouro”, dado pelo Jornal e Rádio FM o Dia, para a “Ala Mirim Geração 2003”. No ano seguinte, sua decoração para as ruas da cidade do Rio de Janeiro causou polêmica. As peças decoraram 24 ruas, praças e avenidas do Centro e das zonas Sul, Norte e Oeste.

Em 2005, foi o responsável pela decoração carnavalesca das ruas do centro do Rio de Janeiro, para a Prefeitura da cidade. Nesse mesmo ano, na escola de samba Tradição, criou o enredo “De sol a sol, a soja… Um negócio da China”.

Mário faleceu na noite de sábado (11), aos 77 anos, de infecção generalizada, estava internado no Hospital Casa Rio Botafogo, na Zona Sul do Rio. Foi enterrado na tarde deste domingo (12), no Cemitério São João Batista

Por: Redação.

Fonte: Dicionário Cravo Albin.

Fotos: Facebook.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *