Manifesto antirracista faz última apresentação no Museu da Maré

Espetáculo “Dos nossos para os nossos” faz apresentações gratuitas neste mês de julho.

Depois de uma temporada de sucesso no Teatro Ruth de Souza, onde o coletivo recebeu a presença de vários artistas do cenário nacional e internacional como: Ariane Mnouchkine encenadora francesa da renomada Cia Théâtre du Soleil, Marco Nanini, Renata Sorrah, Reinado Júnior, Caio Pedro entre outros artistas, o espetáculo “Dos nossos para os nossos”, um manifesto antirracista, entra em cartaz com apresentações gratuitas no Museu da Maré.

O trabalho nasceu a partir da esquete teatral “Dos nossos para os nossos” criada em 2018, pelos artistas e idealizadores do projeto Êlme e Patrick Congo.

“Criamos uma esquete para apresentar junto com uma oficina de teatro nas escolas. Apresentamos fragmentos dessa cena e o retorno foi muito positivo. Então, decidimos nos inscrever em um festival e ganhamos a terceira melhor cena. Além disso, eu e o Êlme fomos indicados a melhores atores”, conta Patrick.

A oficina nas escolas foi fundamental para a construção do espetáculo. “Estávamos ensinando e aprendendo juntos. Foram dois anos até conseguirmos chegar aqui. Um caminho de muito aprendizado, trocas e evolução”, diz Êlme.

A peça conta com um elenco de cinco atores: Êlme, Leandro Guedes, Leona Kalí, Patrick Congo e Rafael Rougues. Em cena, histórias, fatos do cotidiano impregnados de racismo são denunciados. A peça também exalta toda a cultura preta fazendo referência a várias grandes personalidades pretas da história. “Queremos que as pessoas saiam enaltecidas e empretecidas”, ressalta Tiago Ribeiro, diretor do espetáculo.

Mais do que tudo, “Dos nossos para os nossos” quer levar cada espectador a refletir sobre nosso passado desabrasileirado, empretecer o presente e garantir que o futuro seja empretecido. Entender o Brasil é querer encarar a problemática de raça de frente. Inter-relacionar questões, informações, estatísticas, dados de gênero, etnia e de classe social.

“O Brasil é preto. E essa geração entendeu que não são ‘moreninhas’, ‘mulatinhos’ ou qualquer outro termo usado para ‘amenizar’ o simples fato de serem pessoas pretas. Intencionalmente ou não, as pessoas tentam o tempo todo usar sinônimo para a negritude. Por isso, empretecer é preciso. Teu país é preto. Preto Brasil”, ressalta Tiago Ribeiro.

INGRESSOS GRATUITOS.

Serviço.

Dias: 28 e 29 (sábado e domingo), às 19h.

Av. Guilherme Maxwell, 26 – Maré I (passarela 07 da Av. Brasil).

ENTRADA GRATUITA (contribuição consciente ao final).

Por: Redação.

Fonte: Isabel Ludgero.

Foto:THIAGO DOS SANTOS.

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